Amanhã (9)
começa o Mundial masculino de vôlei com a estreia dos países-sedes. Pela primeira vez na história
o torneio tem dois anfitriões. Bulgária e Itália dividirão as responsabilidades
pela organização e recepção de 24 seleções até o dia 28. A disputa das
semifinais, do terceiro lugar e a finalíssima serão privilégio da cidade italiana
de Torino em 29 e 30 de setembro.
Os italianos
estreiam contra o Japão em Roma, às 14h30 de Brasília. Dez minutos mais tarde a
Bulgária dá início à busca pela inédita medalha de ouro em Varna contra a
seleção finlandesa. Bulgária e Itália que aliás fizeram parte, juntamente com a
seleção brasileira, oito anos atrás, de um dos episódios mais controversos dos
últimos tempos no voleibol. Foi no Mundial de 2010, realizado na Itália, que o
Brasil entrou em quadra para enfrentar os búlgaros com o oposto Théo na função
de levantador, o que causou espanto, revolta e protesto de fãs, jornalistas e
competidores. A derrota brasileira fez com que nossa seleção caísse num grupo
teoricamente mais fraco antes de chegar às semifinais.
A formação titular
inusitada dos brasileiros foi provocada por uma série de fatores. Diante de um
regulamento previamente favorável aos italianos em que, entre voltas e
reviravoltas, este seriam conduzidos a um trajeto menos árduo após as primeiras
fases, o Brasil viu-se, diante dos búlgaros, com a possibilidade de inverter a
situação, desde que fosse derrotado. Não bastasse isso, acometido por uma
enfermidade nos primeiros dias de torneio, o levantador Marlon foi impedido
pela Federação Internacional de ser substituído, o que deixou o Brasil com
apenas um levantador à disposição para a competição. No dia da partida batizada
futuramente como “jogo da vergonha” pela imprensa italiana, Bruno apresentou
febre e foi poupado. Logicamente, em outra circunstância Bruno jogaria, mas a
comissão técnica pôde escolher por deixá-lo de fora. E assim foi feito. E deu
Bulgária. E a Itália ficou pelo caminho. E o Brasil foi campeão.
O sistema de
disputa este ano é mais simples e nada suspeito. E a Itália vem com chances
reais de levantar o título. Depois da geração espetacular da década de 90, este
é o escrete mais promissor da Azurra. Depois da prata nos Jogos Olímpicos do
Rio, Juantorena e Zaytsev, além do levantador Gianelli, têm a chance de dar o
quarto título ao país. Apesar de carecer de outros jogadores do mesmo nível
desses três, a Itália larga como uma das favoritas. Terá pela frente o Japão na
estreia. Um time que parece evoluir desde que Philippe Blain, vitorioso
treinador francês, chegou há dois anos para ajudar o técnico Yuichi Nakagaishi
a reestruturar técnica e taticamente a seleção japonesa, mas que dificilmente vencerá
os donos da casa.
Já a Bulgária
é mais limitada e carrega o estigma de nunca ter ganho um torneio internacional
importante. Nas vezes em que chegou perto, deixou a desejar nas partidas
decisivas e conquistou, no máximo, honrosas medalhas de bronze. Contra a Finlândia
terá um confronto difícil e equilibrado, mas que pode ter a motivação por
sediar um Mundial e a força da torcida a impulsioná-los à vitória, já que não poderá contar com a qualidade do oposto Sokolov, que se recupera de uma cirurgia no joelho realizada em junho.
O Brasil estreia dia 12 contra o Egito.
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