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As derrotas não devem ser ignoradas

A semifinal olímpica do vôlei feminino em 2004, quando o Brasil perdeu para a Rússia por 3 sets a 2, é inesquecível para todos que a assistiram. Porém, para quem estava na quadra, aquele 26 de agosto ficou gravado na pele e na alma. O placar marcando 24 a 19 no quarto set fazia crer que a inédita final estava muito próxima, mas ela nunca veio. E para mim, que era assistente-técnico naquela situação, a chance de uma medalha olímpica nunca se concretizou. Onde buscar consolo nesse momento? Como o esporte nos ensina a superar uma frustração dessas? Como se livrar do pesadelo e seguir em frente? Como não considerar a derrota como um fracasso e, a partir dela, construir caminhos futuros? Esse foi um dos desafios que enfrentei e todos e todas que foram protagonistas nesse capítulo marcante da história do esporte brasileiro precisaram superar. De algum jeito é necessário não deixar as derrotas para trás, mas trazê-las conosco para construir, com seus ensinamentos, a superação imprescindív
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Jogos Olímpicos! Uma opinião...

  Mais uma edição do Jogos Olímpicos chega ao fim. O número de medalhas conquistadas pelo Brasil foi o maior da história, e espera-se que em Paris a marca seja ultrapassada como se medalhas de ouro rolassem por acaso do Olimpo. Mais que um objetivo, o esporte deve ser um meio para fazer um país mais forte em todos os sentidos. O esporte é ferramenta importante no desenvolvimento educacional, na promoção da saúde e na formação de cidadãos críticos, participativos e cooperativos. Menos de 1% daqueles que praticam esporte na infância e na adolescência torna-se atleta profissional, portanto o esporte deve servir fundamentalmente aos mais de 99% que podem evoluir como seres humanos ao praticá-lo. Por isso, o esporte deve fundamentalmente educar e ser um vetor da transformação social. Uma educação física escolar de qualidade e uma política séria de Estado (não de governo) de formação esportiva democrática ao alcance de todos pode levar a uma sociedade saudável, ativa e instruída em seus

A trajetória olímpica do vôlei masculino do Brasil

Este é o sétimo de uma série de textos para acompanhar a contagem regressiva até a estreia do voleibol brasileiro nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Além das medalhas de ouro, a história do vôlei masculino se fez com determinação e persistência. Conheça a trajetória dos times que representaram o Brasil desde 1964.    O Brasil é o único país que disputou todas as quinze edições masculinas da competição olímpica de voleibol. De 1964 a 1976, foram dois sétimos lugares, um oitavo e um nono. Depois de uma boa participação em Moscou-1980, veio a sensacional campanha em Los Angeles. A partir de então, a seleção brasileira passou a ser não apenas respeitada, mas também favorita a medalhas. Vamos lembrar como foi essa trajetória. Para Tóquio-64, a seleção embarcou sem saber muito sobre seus adversários. Num tempo em que imperava o amadorismo no esporte, os poucos jogos entre seleções aconteciam dentro do próprio continente. Como a Europa era a região que concentrava a maioria das forças do vole

O vôlei feminino do Brasil antes das medalhas de ouro

Este é o sexto de uma série de textos para acompanhar a contagem regressiva até a estreia do voleibol brasileiro nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Antes das medalhas de ouro de Pequim e Londres, muita água rolou por debaixo da ponte - ou muita bola passou por debaixo da rede. Conheça a trajetória das equipes femininas que antecederam as campeãs. A história do vôlei brasileiro feminino nos Jogos Olímpicos mostra que a evolução das equipes a partir da primeira participação prenunciava os momentos gloriosos que viveríamos em Pequim e Londres. Ao contrário do masculino, a seleção brasileira só veio a fazer parte da competição em 1980. E mesmo assim, por causa do boicote do bloco capitalista ao qual o Brasil não aderiu. Substituindo os Estados Unidos, a seleção brasileira foi a Moscou com a esperança de não fazer feio. A seu favor, diante das forças comunistas, tinha a vontade de um grupo jovem e os resultados do último Campeonato Mundial, em que ficara à frente de dois países que fariam p

Os vencedores no vôlei feminino

  Este é o quinto de uma série de textos para acompanhar a contagem regressiva até a estreia do voleibol brasileiro nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Informações complementares estão à disposição no link ao final do texto. Nas quinze edições em que o voleibol foi disputado nos Jogos Olímpicos, o voleibol feminino teve apenas cinco países campeões. A União Soviética, atualmente representada pela Rússia, conquistou quatro ouros, China e Cuba subiram três vezes no degrau mais alto do pódio, enquanto Brasil e Japão somam duas conquistas cada. A seguir apresentamos edição a edição como isso aconteceu. 1964 – Desde 1960 o Japão vinha incomodando as soviéticas, que até então reinavam absolutas nas primeiras edições do Campeonato Mundial. Em casa, as japonesas ficaram com o primeiro ouro olímpico. 1968 – Após ver o triunfo das japonesas nos dois mundiais anteriores e em Tóquio quatro anos antes, a ex-União Soviética dá o troco e fica com o ouro. 1972 – Japão e ex-União Soviética conf

Os vencedores no vôlei masculino

Este é o quarto de uma série de textos que compartilhamos para acompanhar a contagem regressiva até a estreia do voleibol brasileiro nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Esta é a 15ª edição dos Jogos Olímpicos em que o voleibol é disputado. Sete países venceram a competição masculina e apenas três conquistaram o ouro mais de uma vez. A União Soviética, atualmente representada pela Rússia, ficou no lugar mais alto pódio quatro vezes, sendo três antes da queda do comunismo, enquanto os Estados Unidos e o Brasil venceram três vezes cada um. A seguir apresentamos edição a edição como isso aconteceu. 1964 – Desde 1949, no primeiro campeonato mundial masculino, a ex-União Soviética e a ex-Tchecoslováquia se alternaram nos dois primeiros lugares. E na primeira edição dos JO não foi diferente, os soviéticos ficaram com o ouro e os tchecos com a prata. 1968 – Pela primeira vez, um país fora do bloco socialista consegue chegar a uma final intercontinental masculina, mas o Japão acaba caindo an

O sistema de disputa e as seleções protagonistas vôlei masculino nos Jogos Olímpicos de Tóquio

  Este é o terceiro de uma série de textos que compartilhamos para acompanhar a contagem regressiva até a estreia do vôlei brasileiro nos Jogos Olímpicos. Informações complementares estão à disposição no link ao final do texto. Nas duas primeiras edições dos Jogos Olímpicos, o sistema de disputa do vôlei masculino era de turno único entre todos os participantes, sagrando-se campeão o time que somasse mais vitórias. De 1972 até 1988, os dois primeiros de cada um dos grupos nos quais as equipes passaram a ser divididas disputaram as semifinais, enquanto os terceiros e quartos jogaram para ficar entre quinto e oitavo. Desde Seul-88 a competição masculina tem sistematicamente 12 participantes e a organização do torneio passou a ter o formato que será também repetido em Tóquio. Serão dois grupos de seis seleções que jogam entre si dentro do próprio grupo. Os quatro primeiros de cada grupo avançam às quartas-de-final e os confrontos serão contra os classificados do outro grupo. Destes