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Resposta ao texto "Eu não gosto de vôlei", em Blog do Menon

Caro, Menon,
Em seu post de hoje, você despertou uma boa dose de ira dos apaixonados pelo vôlei. No papel de comentarista e técnico do esporte, acho-me no direito de entrar na discussão, não para atacá-lo – como alguns fizeram –, afinal defenderei sempre o direito à opinião e à expressão das preferências particulares, sejam elas quais forem.

Mas ultimamente as pessoas têm se valido de justificativas apressadas para fundamentar seus desgostos. Pela pouca familiaridade com o objeto de desagrado, acabam sendo superficiais e equivocados. Vou me ater a pontos que considero pouco plausíveis em sua busca por tentar explicar porque não gosta de vôlei e me abster de comentar outros que se referem a opiniões e pontos de vista próprios.

Primeiramente, o fato de o vôlei ter campeonato todo ano. A Liga Mundial é talvez o quarto torneio entre seleções em importância no calendário internacional, por isso é anual. Antes dela, há os Jogos Olímpicos, o Campeonato Mundial e a Copa do Mundo, que ocorrem a cada quatro anos, como todas as modalidades competitivas, e são muito mais valorizados que os anuais ou os bianuais.

Você considera-o um “esporte com princípios muito simples” e elenca saque, recepção e bloqueio como se fossem os únicos elementos de jogo. Caro Menon, é muito mais que isso. A dinâmica se repete, sim, mas de forma muito mais rica do que sua economia de palavras faz supor. Ataques, contra-ataques, proteções de ataque, recuperações em acrobacias mirabolantes, bloqueios que fazem o ponto e que amortecem o ataque para novas defesas e contra-ataques fazem uma partida de vôlei ser tão especial e peculiar.

Nessa sucessão de ações, intercalam-se os levantamentos. Justamente o ponto alto da técnica do “drible”, que, no voleibol, você subestima em seu texto. Um terço das ações de um rali é composto por levantamentos mágicos, que requerem alta dose de inteligência cinestésico-motora por parte dos levantadores. Esses são craques, são geniais na arte do drible. Às vezes fintam três bloqueadores de uma só vez. São Pelés diante de Mazurkiewcz. Os atacantes também fintam, ao preferir uma largada em vez de uma cortada a 120m/h; assim como os sacadores, mudando o gesto motor no último décimo de segundo e fazendo um torpedo virar uma mosca oscilante que cai diante de um passador imóvel. O jogador de voleibol precisa pensar o tempo todo e agir imediatamente.

Imediatamente, caro Menon, porque o voleibol não permite a retenção da bola e isso o torna tão exigente. Por este simples detalhe, os gigantes do vôlei precisam, diferente do que você defende, serem tão ágeis quanto os basqueteiros. Logicamente, cada um em sua modalidade, como bem cabe a um analista esportivo ponderar. Não fosse o gigante Muszersky, de 2m17, habilidoso e ágil, a Rússia não teria ganhado a medalha de ouro em Londres-2012. Atuando em outra posição com exigências tão diferentes da que ele vinha jogando até o terceiro set, a medalha de prata não se tornaria dourada não fosse ele tão capaz.

Um dos maiores equívocos de seu texto é afirmar que no vôlei é possível criar jogadores com base em movimentos repetitivos, para um deles “entrar de vez em quando para aumentar a rede”. Caro Menon, o voleibol é o esporte mais difícil de ensinado e de ser aprendido. Não se ensina ninguém a jogar vôlei com excelência em, no mínimo, menos de seis anos, nem sem muita repetição - é o princípio do processo de ensino-aprendizagem. Aliás, como toda a formação de qualquer esporte quando se deseja levar o indivíduo à excelência.

Ironicamente você afirma que o vôlei se acha um esporte de massa, mas não é. Nenhum é, a não ser o futebol. Ao promover jogos em estádios de futebol, a intenção é colocar 23 mil pessoas onde cabem 42 mil, sim. Muito mais do que os 15 mil que caberiam nos maiores ginásios que temos. Só isso. Por saber seu lugar, o voleibol se sustenta como um esporte popular, sim, que consegue mobilizar 23 mil pessoas de madrugada e sob uma temperatura de 10 graus centígrados.

O voleibol não é protegido pela mídia, ao contrário. Ele é ignorado e ironizado pela grande mídia. Há quase 30 anos estamos entre os melhores do mundo no masculino, no feminino e na praia. Nas últimas décadas foram mais de 90% de pódios. Quais países conseguiram isso em qualquer esporte? E quando o Brasil fica em segundo lugar, ainda chamam a equipe de amarelona ou toda a geração de perdedora.


Enfim, caro Menon, é seu direito não gostar de vôlei, de rapadura ou dos filmes do Almodóvar. Mas você pode simplesmente dizer que não gosta, sem usar justificativas desnecessárias e desconexas. Aliás, para quem não gosta de vôlei, o horário de postagem do seu texto – 1h51 de hoje – indica que você ficou até de madrugada assistindo a algo que não aprecia... Eu não me daria a este trabalho, caro Menon.

Comentários

  1. Caca....sou tua fã meu super professor. Parabéns pela experiente explicação. Realmente tem gente que precisa ouvir estas verdades....aaafffffff

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  2. Querida, quem é você? Veio só como EF Licenciatura...

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  3. Nas últimas décadas foram mais de 90% de pódios. Quais países conseguiram isso em qualquer esporte?
    Sempre falo isto
    Vôlei orgulho deste esporte sempre nos pódios

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  4. Sabias palavras mestre. Obrigado por dizer tão eticamente o que todos nós estamos pensando... Grande abraço

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  5. Orgulho de você, Cacá. Mais ainda por ter tido a oportunidade de tê-lo como auxiliar técnico, no Positivo 92, em 2006!

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  6. Grande Cacá !!! Resposta muito bem argumentada e vindo de você como não podia ser diferente, muito educada.Por isso,mesmo as utilizando,abomino as mídias sociais... somos obrigados a suportar diarréias mentais de alguns infelizes...Gde Abcx

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    1. Concordo com o Romeu, outro amigo e sei amante de ensinar o voleibol pelo mundo. Parabéns pelo texto Cacá, show de palavras educadas para um senhor que nunca deve ter visto o dia a dia de um profissional. Abraços aos dois!!! Josiane

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    2. Josi e Romeu, dois grandes abraços em vcs!

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  7. Professor, Obrigado pela resposta. Eu a publique no blog. https://blogdomenon.blogosfera.uol.com.br/2017/07/09/caca-bizzochi-responde-meu-texto-eu-nao-gosto-de-volei/

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    1. Menon, que bom podermos trocar nossas figurinhas amistosamente. Acabei de responder a sua pergunta lá no blog! Grande abraço!

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  8. Parabéns, Cacá, você foi perfeito! O Menon já não sabe nada de futebol, quer dar pitaco em vôlei porquê? Pra passar vergonha, claro! Abraço!

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  9. O Brasil é o maior vencedor do vôlei mundial, seguido pela Rússia (incluindo aí as conquistas da ex-União Soviética). Parabéns Menon pela sua aula de ignorância esportiva, do tamanho de seu texto.

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  10. É tão bom ler algo nessa magnitude. Foi simplesmente, espetacular.

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  11. É por essas e outras que sempre terá meu respeito! Grande profissional em todas as áreas que já atuou e atua. Você é um grande exemplo! Parabéns por este texto. Confesso que ao ler o texto deste tal Menon, a única coisa que me veio a cabeça no mesmo momento foram xingamentos à ele. Mas antes disso, é bom ouvir opiniões de pessoas experientes, e nada melhor do que ler este texto. Parabéns Cacá, grande abraço. Thyago Xavier

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  12. Cacá, você É O CARA!!! simplesmente perfeito o texto! E quem não gosta de vôlei, que troque de canal, que assista futebol etc e tal. Beijo.

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  13. Cacá, parabéns pelo texto. Defendo apenas que não devemos dar Ibope a quem demonstrou claramente que, para ser um comentarista esportivo, este cidadão deve nascer novamente. Quem é ele? Que contribuição deu a alguma modalidade esportiva em nosso país? Lamentável.

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    1. Grande, Rizola. Obrigado e parabéns pelos ótimos resultados com a seleção peruana!

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  14. Texto maravilhoso. Rebatendo tudo com coerência e sem baixar o nível.

    Parabéns!!!

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  15. É isso aí Caca, comungo dos mesmos sentimentos que vc. Respeito o cidadão por não gostar de vôlei,viva a liberdade mas usar tais justificativas foi no mínimo infeliz. Parabéns por sintetizar tudo o que nós que amamos o vôlei gostaríamos de de ler como resposta. Abraços! Mônica Beckenkamp

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  16. Cacá, como sempre sensato e coerente, a sua análise foi perfeita. É uma pena que esse senhor vai ficar no seu mundinho defendendo as suas ideias sem acrescentar nada para o esporte. Abss

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  17. Simplesmente fantástico. Parabéns professor Cacá!

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  18. Execepcional seu texto professor Bizzocchi.
    Uma resposta a altura de um jornalista ignorante em desrespeito ao esporte que mais medalhas trouxe ao país.
    Digníssimo!

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  19. Cacá, você foi perfeito! Sempre digo isso aos meus alunos. Bem vindo ao fantástico mundo do voleibol, vocês escolheram o esporte mais difícil de ser ensinado e portanto o mais gostoso de ser jogado. Sempre comparo o voleibol com basquete, handebol e futebol e mostro para meus alunos a precisão e perfeição que temos que atingir no voleibol. Afinal nos outros esportes bola fora é lateral pro outro time, bola no chão segue o jogo, no voleibol é ponto. Nos outros esportes posso reter a bola ou andar pelo campo de jogo com ela quanto tempo eu quiser no voleibol não. Se analisarmos dos esportes coletivos o voleibol é o que mais faz com que os jogadores participem da partida. Nos outros esportes os atletas podem nao ter uma participação efetiva e dar o famoso migue, ficar de lado e ainda assim colherem os louros da vitória no voleibol ou você sabe ou você não sabe!

    Parabéns pelo excelente texto.

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  20. Colocações pertinentes (acho que não as teria) e puramente educadas (com certeza não as teria) ao "grande esportista" e premiado blogueiro . Conhece a figura do figura ? Não conseguiria jogar nem o Curling que ele tanto adora . Abraços do Ari Grassia , um seu fã .

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  21. Oi Cacá...tudo bem? Quanta "riqueza" nos seus argumentos. E não se resume em palavras, vem com muita "propriedade" de quem vivenciou o mesmo esporte por inúmeros ângulos. Parabéns!!!...bjs

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  22. Sou seu fã, Cacá! Assisto sempre o Roda de Vôlei e amo a forma como você emite sua opinião com respeito sempre. Parabéns pelo excelente texto, um tapa de luva na cara desse blogueiro. Grande Abraço, George Carvalho - Recife PE

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  23. Sem contar que o vôlei não é individualista,onde vc precisa de seu companheiro para formar uma jogada, precisa de estratégia, um jogo de vôlei nunca acaba em empate, onde mais de 23 mil pessoas vão assitir e saem do estádio entediados devido a falta de emoção.
    Parabéns pelo texto

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  24. Segue a auto-descrição do Menon... ou seja.... ele é ruim em tudo, nem sequer se formou, mas conseguiu uma boquinha escrevendo um blog...

    "Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.
    Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros."

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  25. Cara, amo vc, sério vc disse tudo...passou credibilidade e riqueza de argumentosao dar a sua opinião. Parabéns e obrigada pelo prazer de ler seu texto

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  26. quando a coisa é dita com conhecimento... muito bem colocado!!

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  27. Acompanho seu trabalho desde a época do Campinas. Sou seu fã e esse texto é simplesmente o que eu gostaria de dizer ao senhor Menon.
    Já era seu fã pela competência e postura não somente nas quadras, mas também nos comentários feitos na TV. Quem derá mais pessoas tivessem o mesma postura e respeito que você sempre demonstrou. Grande abraço professor Cacá!!!

    Aldo Messias - Sumaré SP

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  28. Boa noite, Carlos. Acredito que não nos conheçamos - mas percebi que muitos dos que comentaram são amigos em comum, amigos do esporte.
    Cresci e me formei no basquete, não sou do mundo do vôlei - e confesso que a modalidade não está entre as minhas "top 3"... Porém, antes de tudo, sou um desportista apaixonado, ainda mais quando estamos falando de seleção brasileira (qualquer uma!)
    Dito isso, depois de me apresentar, gostaria de dar os parabéns pelo seu texto: lúcido, pontual e elucidativo. Uma resposta inteligente para um texto, no mínimo, infeliz do Menon.
    Sigamos em frente, pelo bem do esporte e de tudo de bom que ele nos traz!
    Sucesso! Abs!
    Mauricio

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    1. Prazer, Maurício. Que as modalidades esportivas continuem nos abraçando e encantando. Grande abraço

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  29. Ninguém nasce sabendo os fundamentos do voleibol, são todos ensinados e precisa de muita dedicação e perseverança para se aprender.
    No futebol, os fundamentos são naturais e sem complexidade, quem nunca passou por uma escolinha de iniciação consegue jogar facilmente.

    A opinião ridícula desse senhor que fez um texto lixo sobre o voleibol, só deixa claro a falta de entendimento dele sobre a nossa modalidade esportiva QUE DEU MUITO MAIS TITULOS AO BRASIL QUE O FUTEBOL.

    Parabenizo você Prof. Carlos, pelo texto perfeito, que representou todos os amantes do voleibol ofendidos por aquele ignorante esportivo!

    Forte abraço.

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  30. Parabéns pelo lindo texto! Você ARREBENTOU: disse em sábias e polidas palavras tudo o que queríamos dizer e, por vezes, nos expressamos explosivamente. Grande abraço! #merepresenta

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  31. CACÁ, sou sua fã desde sempre, assisto todas as quintas feiras o Roda de Volei. O único programa que fala somente de volei. Li todo seu comentário sobre esse cara Menon que falou de volei, você foi impecável como sempre na sua resposta. leio seus posts, entro no seu Facebook, enfim onde se fala de volei estou entrando e lendo tudo. Assisto todos os jogos mesmo que de madrugada, coloco despertador e vejo todos os jogos e se Deus quiser vamos ver também a final na China com o Brasil presente. abraços.

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  32. Muito obrigado. Grande abraço. Nos encontramos por aqui!

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  33. Taí um texto exemplar de transfobia. Cita o nome da trans enquanto "homem", ignora as legislações que a permitem jogar, toma como "maioria" uma opinião igualmente preconceituosa e trata a questão como mais um tema em que se caberia polarização política. Mal pensado, mal escrito, nem parece jornalístico.

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  34. Perfeito Cacá, seu texto não deixa nem uma margem de dúvidas.

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