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Mostrando postagens de abril, 2017

Estrangeiras na Superliga - sucesso ou fiasco?

Há anos o ranking da CBV limita o número de estrangeiras. Até a temporada passada, cada clube podia ter apenas uma em seu elenco. Nesta Superliga abriu-se a possibilidade de duas contratações e a regra foi mantida para 2018. Tanto quanto as jogadoras brasileiras de 7 pontos, teoricamente, as “gringas” deveriam pesar na formação de um time que pretende brigar pelo título. No entanto, a relação custo-benefício não pareceu equilibrada na disputa que terminou no último final de semana. As estrangeiras de Nestlé/Osasco e Rexona assistiram do banco a maior parte da finalíssima de domingo. A ponteira Anne Buijs, quarta colocada nos Jogos Olímpicos do Rio, perdeu a vaga para a jovem Drussyla ainda nas semifinais e retornou no quarto set da final, quando Osasco já tinha 7 pontos de vantagem. E ainda fez feio, isolando dois passes. Tijana Malesevic, a atacante sérvia medalhista olímpica de prata e titular absoluta do time paulista durante toda a Superliga, foi parar na reserva logo no p

Porque torço para o Sada/Cruzeiro e para o Rexona

Pode parecer leviano a um comentarista de voleibol expressar tão descaradamente tal afirmação, mas espero que minha escolha seja compreendida. Na verdade, as duas equipes são representações de uma preferência que extrapola uma mera denominação clubística. Minha opção é pela excelência em si. Torço para ambos como vibrava em suas áureas fases com Roger Federer e antes com Pete Sampras, com Mike Tyson e Floyd Maywheater, com Usain Bolt e antes com Carl Lewis, com o Barcelona e Real Madri. Até mesmo no futebol, meu fanatismo pelo Palmeiras deu lugar à condescendência e passei a apreciar os times que mostravam bom futebol – até o Corinthians de Tite me motivava, por incrível que pareça. Penso que a evolução em qualquer área é maior quando há uma referência de ponta a ser buscada, igualada e superada. É a materialização da excelência que apresenta claramente os parâmetros a serem atingidos, para que se consiga ser melhor, superar-se e atingir um patamar acima do que até então apresen

O intelectual, o futebol e a Educação Física

Luis Paulo Rosenberg é economista com formação pela USP e pós-graduação nos Estados Unidos. Três vezes por semana fala nas rádios do Grupo Bandeirantes e já trabalhou em ministérios e nos mais conceituados veículos da mídia nacional. Hoje cedo ele escolheu como tema de sua coluna a decisão judicial do STJ-SP da última semana que entendeu que treinadores de futebol não precisam ter formação em Educação Física para exercer a profissão. Com argumentos como o técnico não aprende na faculdade a lidar com grupos, a liderar um time à beira do campo ou a mudar o resultado do jogo com táticas pontuais, opinou que apenas profissionais que lidam com a saúde do ser humano deveriam ter a vigilância de um conselho e deles ser exigido diploma universitário. Meu caro Rosemberg, concordo em parte com você, mais exatamente no pouco que relacionou como vivências e percepções que se aprendem muito mais na prática do que na escola. Mas muito me surpreendeu sua total falta de conhecimento das de

“Libertadores é isso aí!”

“Libertadores é isso aí!” Crédito:  Djalma Vassao/Gazeta Press Assistir a jogos da Libertadores me deixa excitado, mas também angustiado. A máxima “Libertadores é isso aí” é uma caixa de Pandora onde tudo se encaixa, desde a catimba até a violência extracampo. No entanto, creio que a frase possa refletir muito mais do que simplesmente a competição futebolística. “América Latina é isso aí” talvez amplie convenientemente o que se pretende expressar. A própria latino-americanidade é o que aí se esconde. Toda uma cultura – cultura que neste caso expressa o conjunto de hábitos – e forma a identidade de um povo que se estende por todo um continente e encontra no futebol um modo místico e depositário de ocultar um jeito malandro de ser, um molde de caráter raso normalmente classificado como criativo. Uma cultura que se orgulha de se valer de subterfúgios para vencer, de encontrar meios pouco dignos para sair de campo orgulhoso por um empate ou até uma heroica vitória.