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Mostrando postagens de janeiro, 2018

Os segredos do quinto set

A grande maioria deve lembrar do jogo entre Barcelona e Paris Saint Germain de 2017, em que aos 42 minutos do segundo tempo o time catalão iniciou uma investida mortal, fez três “impossíveis” gols e completou os 6 a 1 necessários para se classificar para a fase seguinte da Copa dos Campeões.  Esta semana assisti mais uma vez a este capítulo de ouro do esporte. Se não tivesse tido coragem para se arriscar, confiança para ousar e disciplina para não deixar ambas se transformarem em precipitação, o Barça não teria conseguido o “milagre”. Creio que nos esportes coletivos, de modo geral, as coisas acontecem assim. Mas no vôlei, em especial, no quinto set, é regra. Sempre considerei balela essa história de que “não errar” é o segredo para a vitória. Sou mais do pensamento (não lembro quem falou, me perdoem usar a frase sem dar-lhe o devido crédito) de que “quem tem medo de errar não acerta”. Na rodada passada da Superliga feminina, o Fluminense conseguiu levar o jogo contra o in

A força do vôlei brasileiro no novo século

Credito foto: news.portalbraganca.com Na última semana, o jornalista Guilherme Costa apresentou um estudo comparativo entre as seleções nacionais em diversos esportes coletivos no site do Globo Esporte . E mostrou que a equipe brasileira masculina de vôlei supera todas as outras neste século. Além dos dados apresentados por Costa, vale a pena ressaltar alguns outros números deste espetacular escrete que começou o milênio sob o comando de Bernardinho, um dos principais responsáveis pelo sucesso, juntamente à genialidade de alguns atletas que fizeram parte deste ciclo. Além das quatro finais olímpicas e dos Mundiais, o que já justifica a grandeza desta equipe, temos o rendimento nas demais competições e a subidas ao pódio em quase todas os demais torneios, além da manutenção da hegemonia nos torneios sul-americanos – o Brasil só não foi campeão continental na única vez em que não o disputou – e na Copa dos Campeões nas últimas quatro edições. É verdade que a podero

O fator T, de tolerância

No início do ano fui apresentado aos haters . A partir de um texto postado neste blog, o subterrâneo da internet se manifestou de forma ruidosa e violenta. Escrevi sobre a participação da transexual Tiffany de Abreu na Superliga feminina de vôlei e a repercussão do texto surpreendeu-me pelo volume de respostas e pelo despertar de ódio de uma parcela diminuta da comunidade LGBT. Para tentar arrefecer os ânimos exaltados de uma patrulha que insistia em distorcer e alegar preconceito em minhas palavras, eu procurava mostrar que não havia discriminação nem intolerância em uma linha sequer que escrevi. E me vali de um dos mais constrangedores atos para um jornalista: explicar o próprio texto. Procurei ainda apresentar reportagens que comprovavam que a opinião por mim manifestada era comungada por vários médicos brasileiros e estrangeiros que questionavam a equiparação das condições entre mulheres e transexuais para a prática esportiva competitiva profissional. Mas os haters das redes s

Mais sobre os Ts

Primeiramente, quero deixar claro que o texto que postei em meu blog sobre a atleta de voleibol Tiffany de Abreu é de minha total responsabilidade. A jornalista Kalinka Schutel colaborou pontualmente num trecho, a meu pedido, mas não compartilha necessariamente com minha opinião. A rede Bandeirantes, o canal BandSports e o programa Roda de Vôlei nada têm a ver com a opinião expressa nele. Quando mencionei que a maioria dos profissionais do vôlei é contrária à participação dela na Superliga, mas têm medo de se manifestar, é exatamente por causa deste motivo: o bombardeio impiedoso da patrulha ideológica de gênero. Aquela que julga sem piedade, que não argumenta, é truculenta, é avessa ao diálogo e, sendo composta por idealistas obtusos, não ajuda quem milita na defesa das diferenças e das minorias. Quem me conhece sabe que não sou preconceituoso e quem leu o texto sem tendencionsimo pôde ver que não se tratou em nenhum momento de discriminação ou intolerância. Como profissional da

O fator T

O fator T T de Tiffany, de transexual, de testosterona Apesar do recesso de fim de ano, a Superliga feminina de vôlei continuou nas manchetes. Nos dois últimos jogos, em que defendeu o Vôlei Bauru (SP) como titular, a oposta Tiffany, primeira transexual a disputar o torneio nacional, fez 55 pontos em nove sets. Nas mesmas rodadas, a oposta da seleção brasileira Tandara fez 24 pontos em sete sets defendendo o Vôlei Nestlé. Tiffany até 2015 disputava o campeonato holandês masculino. Após cirurgia para mudança de sexo, tratamento para redução da produção de testosterona e consequente liberação da Federação Internacional, disputou a reta final da Liga Italiana A2 pelo Golem Palmi no começo de 2017. Sua participação por lá gerou críticas e até ameaças de recursos na justiça comum pelos adversários. O programa Roda de Vôlei já havia levantado a questão da participação de Tiffany entre as mulheres num esporte em que a potência muscular predomina e decide. Apoiados na opinião d