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Brasil pelo tetra e Polônia para igualar o tri brasileiro




Quatro anos depois, Brasil e Polônia repetem a final no Campeonato Mundial masculino de vôlei. O jogo começa às 15h45, com transmissão do SporTV2. Em 2014, na cidade polonesa de Katowice, o Brasil venceu o primeiro set  por 25 a 18 com Bruno, Wallace, Lucão, Sidão, Murilo, Lucarelli, além de Mário Júnior e Felipe se revezando como líbero. A Polônia virou o jogo (25 a 22, 25 a 23 e 25 a 22) com Drzyzga levantando – substituído pelo veterano Zagumny nos dois último sets –, Wlazly como oposto, Winiarski e Mika na ponta, Nowakowski e Klos no meio e Zatorski na função de líbero. Wallace e Lucarelli foram os que mais pontuaram para o Brasil (18 cada), enquanto Mika foi o destaque da final com 22 pontos.

De lá para cá, nem Bernardinho nem Antiga são mais os técnicos, dos titulares do Brasil estarão em quadra logo mais Bruno, Lucão e Wallace, enquanto do lado polonês, também três permaneceram no time base, Drzyzga, Nowakowski e Zatorski. Em 2014 ambos chegaram também com uma derrota à final, os poloneses haviam perdido para os Estados Unidos na segunda fase e o Brasil para a própria Polônia na terceira etapa.

No histórico de resultados entre os finalistas, no atual ciclo olímpico, foram 2 vitórias do Brasil e contra 1 da Polônia. Na edição deste ano da Liga das Nações, o Brasil venceu por 3 sets a 1; em 2017, um 3 a 2 para os poloneses e um 3 a 1 a favor dos brasileiros. Houve apenas duas finalíssimas entre eles nos principais torneios internacionais, além da final de 2014, no Mundial de 2006, o time brasileiro que vinha do título olímpico em Atenas, fez 3 a 0 e ganhou, na ocasião, o bicampeonato.

O retrospecto geral, apesar de a Polônia ter vivido um período glorioso em boa parte de seu passado comunista, é favorável ao Brasil. Foram 37 vitórias e 18 derrotas desde 1949, quando o Mundial começou a ser disputado.

Daqui a pouco começa o jogo e tudo isso não entrará em quadra. Poloneses e brasileiros escreverão um novo capítulo na história do voleibol. Estará nas mãos de Kurek – que joga muito ou nem muito, dependendo de seu grau de inspiração -  e de Wallace – que costuma ser mais regular que o oposto adversário. Estará nas mãos de Bruno e de William, enquanto Drzyzga não tem o talento nem de um nem de outro. Estará nas mãos de Kubiak – um ponteiro espetacular e dos melhores da atualidade – e de Lipe e Douglas – um com sua experiência e vitalidade, outro com um rendimento excepcional e surpreendente no torneio. Estará nas mãos de Lucão – e sua sintonia quase metafísica com Bruno – e de Nowakowski – e seus bloqueios e ataques eficientes. Estará nas mãos e braços experientes de Zatorski e nos nem tão vividos de Thales e Maique.

E finalmente estará na cabeça e na iniciativa de dois estreantes em finais de Mundial – ao menos como técnicos. Renan da Zotto e Vital Heinen serão decisivos nas orientações e substituições num jogo que promete ser dos mais equilibrados.

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