Crédito foto: FIVB
A partida de hoje (13) entre Brasil e França foi uma
demonstração a favor daqueles que são contra a redução do tempo de jogo. Vôlei
é, na essência, o que se viu em Ruse. A emoção vem da alternância de placares,
humores, ânimos, erros e acertos. Uma montanha russa que precisa de subidas e
descidas para valer a pena, para ser memorável. Não pode ter menos sets, nem
menos pontos!
Assisti até o terceiro set, depois o trabalho me chamou.
Quando cheguei a solo firme – leia-se com wi-fi – o jogo estava no quinto set.
Com o ponteiro campeão olímpico Lipe em quadra, o Brasil fez
um primeiro set quase perfeito (25 a 20), com todos os fundamentos contribuindo
para a vitória. Os comandados de Renan dal Zoto repetiram a atuação na segunda
parcial. O bloqueio – que somaria 18 pontos no jogo – ora amortecendo ora
matando o ponto inibiu os atacantes franceses que foram caindo de produção ao
longo do jogo, especialmente o jovem e talentoso oposto Boyer.
Ngapeth ainda aparecia nos momentos mais difíceis para dar
um relativo equilíbrio à partida, mas Douglas Souza jogava como um veterano e a
qualidade da recepção permitia a Bruno orquestrar o sistema ofensivo. Quando o segundo
set chegou ao fim, William e Evandro entraram na inversão e deram a vitória ao
Brasil, os mesmos 25 a 20.
Apesar das barbeiragens da TV que transmite o Mundial na
Bulgária, que ignorava trocas, errava a geração de caracteres e o placar e
inseria quadros fora de hora, os fãs brasileiros sentiram o frescor da
confiança. Numa exibição de gala até então, contra um candidato ao título,
nossos craques sobravam em quadra e não deixavam dúvida que sairiam com 3 a 0.
Qual o quê? Veio o terceiro set e, com meio time reserva em
quadra, a França reverteu a vantagem brasileira. Mais forte no bloqueio e com
saques mais táticos, os franceses abriram rapidamente uma vantagem de cinco
pontos e se mantiveram à frente até o final: 25 a 21.
Ponto aqui e ali, a França quase sempre na frente e lá se foi
o quarto set. França 25 a 23.
Depois da reação, o ginásio em Ruse já não duvidava que a
França viraria um jogo improvável. Mais uma vez, a magia do vôlei provou que a sorte
do vencedor nunca está pré-determinada por uma sucessão ou outra de pontos.
Saindo de uma desvantagem constante até o décimo ponto, deu Brasil por 15 a 12.
Com duas vitórias, a seleção é vice-líder do grupo B com 5
pontos, atrás do Canadá, que bateu o Egito por 3 a 0 e tem 6. A França está em
terceiro. Nos demais jogos da rodada, além de Irã 3 a 1 na Bulgária, só deu a
lógica, ficando a surpresa por conta da vitória apertada dos Estados Unidos
contra a Austrália por 3 a 2. No sábado tem Brasil x Holanda, às 14h30, no
SporTV.
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