Começa amanhã (9) a 19ª edição do Campeonato
Mundial de voleibol masculino. Disputado desde 1949, o torneio terá este ano 24
equipes dos cinco continentes, sendo sete das Américas, dez da Europa, quatro
da Ásia e três africanas. O país mais vitorioso é a antiga União Soviética, com
seis títulos. O Brasil luta pela quarta conquista. Pela primeira vez, dois
países dividirão a responsabilidade de sediar o evento, Itália e Bulgária.
Na primeira fase, as seleções estarão divididas em
quatro grupo de seis e as quatro primeiras avançam para a etapa seguinte. O
Brasil está no grupo B, sediado em Ruse (Bulgária) e terá como adversários
Canadá, França, Egito, China e Holanda.
A seleção campeã da Rio-2016 terá como adversários
mais difíceis o Canadá e a França. Nos últimos anos estes dois países têm feito
jogos bem disputados contra os brasileiros e, em algumas situações, saído com a
vitória. Contra os franceses, por exemplo, neste ciclo olímpico, depois da
entrada de Renan dal Zoto no lugar de Bernardinho, foram três derrotas e apenas
uma vitória. Diante do Canadá, em três partidas, vencemos duas e perdemos uma.
A França de Ngapeth – um dos mais espetaculares
jogadores da atualidade – e do líbero Grebennikov – talvez o melhor do mundo na
posição – é uma das candidatas ao título. Tem o oposto Boyer em evolução e um
grupo que prima pelo jogo de campo, pela velocidade ofensiva e pelo conjunto
criado por Laurent Tillie desde que assumiu em 2013. Hoje tem reservas à altura
para substituir os titulares e mudar um jogo, como é o caso do levantador Brizard,
que tem entrado constantemente no lugar do excepcional Benjamin Toniutti.
Depois que o francês Stéphane Antiga passou a
comandar o time canadense, o grupo vem ganhando um estilo de jogo
característico de defesa e velocidade. Apesar de contar com alguns atletas em
final de carreira, tem jogadores novos que são altos e fortes. Essa mistura de
sistema defensivo forte, juventude associada à experiência e estatura pode
render bons frutos ao Canadá. O ponteiro Maar pode ser um dos destaques deste
Mundial, bom passador e atacante muito eficaz, deve receber atenção especial
dos brasileiros. Mesmo assim, é difícil que os canadenses briguem pelo título.
A China vem evoluindo, mas não consegue ter uma
equipe competitiva; deve oferecer resistência e dificultar um pouco o jogo, mas
o favoritismo é dos brasileiros. Ainda assim, fique de olho no oposto Chuan
Jiang. Apesar de a China ter ficado em 15º lugar, ele foi o maior pontuador da
Liga das Nações deste ano, com incríveis 274 pontos – 58 à frente de Wallace, o
segundo, e 81 a mais que o terceiro, o iraniano Ebadipour.
Fizemos três amistosos contra a Holanda antes de
embarcar para a Europa e a facilidade encontrada dá segurança de novo sucesso
no Mundial. Além disso, os holandeses retornam ao evento depois de ficar fora
das três últimas edições. Em 2002 ficaram em 10º lugar. O Egito, adversário da
estreia, é o que menos preocupa, em 12 confrontos oficiais ao longo da história,
o Brasil venceu todos e perdeu apenas um set.
O Brasil é favorito ao título de qualquer torneio
internacional desde 1982. Desde o vice-campeonato mundial da memorável geração
de prata na Argentina, o mundo passou a respeitar a seleção brasileira. Das
últimas nove edições, apenas em 1994 não figuramos entre os quatro primeiros.
Por isso, mesmo com a fragilidade circunstancial provocada pelas contusões em
série de nossos principais ponteiros, chegamos ao Mundial em condições de brigar
mais uma vez pelo pódio. A trajetória é árdua e exigirá superação e valentia
dos novos titulares, mas temos Bruno, Lucão e Wallace, que deverão, pela
experiência e capacidade, formar o alicerce técnico da equipe.
Sendo assim, o Brasil deve ficar entre primeiro e
terceiro lugar do grupo, dependendo dos confrontos contra franceses e
canadenses. Vale lembrar que os pontos conquistados nesta primeira fase contra
os outros classificados são levados para a etapa seguinte e serão decisivos
para chegar ao terceiro estágio da competição.
Como a estreia do Brasil será apenas dia 12, o time
realiza amanhã o segundo amistoso contra a Alemanha – que está fora do Mundial.
Ontem (7), batemos os anfitriões por 3 a 0.
Cacá
Bizzocchi
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