Crédito foto: CBV
Escrevo antes da final do Grand Prix, pois penso que a aprovação ao início do processo de renovação da seleção feminina de vôlei é inquestionável. Cercado de dúvidas, críticas e desconfianças, o grupo – incluídas comissão técnica e jogadoras – vem desde o começo da temporada mostrando que pode fazer um bom papel no próximo ciclo olímpico. Se vai realmente conseguir é outra história. Mas depois de chegar à final do Grand Prix, não se pode negar que o caminho está sendo trilhado.
A avaliação de um trabalho deve ser baseada em algumas
referências que muitas vezes ficaram no nível subjetivo. Se formos mais
pragmáticos, o Brasil deixou para trás, em pleno processo de renovação radical,
as duas finalistas da Rio-2016 com seus elencos praticamente idênticos ao de menos
de um ano atrás. Deixou para trás outro rival que investiu também na
remodelação, os Estados Unidos, além da Holanda, quarta colocada nos Jogos
Olímpicos com a mesma formação deste ano.
Talvez, nós críticos, tenhamos pegado pesado demais. Não custa
admitir que José Roberto Guimarães e colaboradores entendem do bordado e que
dentre as limitações mostradas por algumas atletas, formou-se um grupo capaz –
mesmo sem ser brilhante – de dar prosseguimento a um passado glorioso. Muita
água vai correr até o Mundial de 2018 e Tóquio-2020, algumas jogadoras devem
ser reincorporadas até lá, o time vai se reestruturar e, lógico, os adversários
também vão se aprimorar depois deste teste inicial do Grand Prix.
Volto mais uma vez às referências. A recepção está ruim? Nenhum
time está conseguindo render com excelência neste fundamento, todos estão
sofrendo demais com o passe (vale até uma discussão para a elevação da altura
da rede no feminino – mas fica para uma outra oportunidade). Em contrapartida,
ninguém está bloqueando tão bem quanto as brasileiras.
A insistência de Zé Roberto com Natália e Rosamaria na linha
de passe durou até a semifinal contra a Sérvia. Poderia ter sido tarde demais,
mas a entrada de Drussyla foi providencial para reverter a sorte do jogo e da
temporada. Independentemente do resultado de Brasil e Itália que vai começar,
deve-se dar o aval ao processo de renovação, da mesma maneira que o grupo deve
ser crítico e persistente na continuidade do trabalho. E, principalmente,
humilde para saber que apesar do progresso, possui limitações que devem ser
consideradas na batalha diária de treinamentos e dedicação.
Prof. Cacá, gostaria de saber : Qual a idade média desta Seleção e qual a altura média também.
ResponderExcluirCiclo Olímpico de 4 anos, na minha opinião é muito tempo. Sempre achei que Olimpiada e Copa do Mundo de Futebol, deveria ter um ciclo de 3 anos. Me surpreendi com a quantidade de "caras" novas na Seleção. Pergunto outra vez: As mais velhas terão condições para a próxima Olimpíada ?
Caro Pereira, a média de idade deste grupo que foi campeão do GP é de 27 anos e de estatura, 1,83m. Algumas das velhas jogadoras que podem ser incorporadas ao grupo chegarão a Tóquio-2020 com mais de 30 anos.
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