Crédito - Divulgação / CBV
Com cobertura de espetacularidade e recheio dourado, começam
a servir amanhã o bolo das finais da Liga Mundial. A Arena da Baixada, em
Curitiba, engalanou-se para receber o melhor do vôlei masculino mundial até o
próximo domingo. Em quadra, todos os campeões da Liga Mundial, do Campeonato
Mundial e dos Jogos Olímpicos deste século – a única ausente é a Polônia.
O Brasil está no grupo J e enfrenta amanhã (4) o Canadá e,
na quinta (6), a Rússia. Ao contrário do que pressupõe a tradição, a partida
mais importante deve ser a de estreia. Talvez encontremos mais resistência do
Canadá do que dos inconstantes russos.
Na segunda rodada da fase de classificação, canadenses e
brasileiros se enfrentaram em Varna e o Brasil venceu por 3 sets a 1 num jogo
muito equilibrado e que não refletiu a dificuldade que pode ser novamente encontrada
agora. Sob o comando de Stéphane Antiga, o time canadense vem incorporando o
estilo de jogo francês, com muito volume de jogo e velocidade ofensiva. Um modo
de jogar, aliás, contra o qual o Brasil não tem tido muita facilidade. A nosso
favor, a entrada de Wallace, que não participou daquela etapa da Liga.
A Rússia chegou ao Brasil com um discurso de “o importante é
competir”. Com uma equipe renovada, que conseguiu bons resultados na etapa
anterior à custa de fortes saques e bloqueios – fez mais pontos de bloqueio que
três dos quatro adversários nas partidas perdidas –, mas colecionou derrotas em
função de um jogo inconsistente no sistema de recepção e de defesa – não há nenhum
russo entre os 20 melhores receptores e nem entre os 25 defensores. Mesmo assim,
olho no ponteiro Kliuka, que deve ser o principal nome desta nova geração.
Saia em primeiro ou segundo no grupo – contando com a
vitória contra os russos –, a busca pelo décimo título da competição será mais
difícil a partir das semifinais. No grupo I, três favoritos ao ouro: Estados
Unidos, Sérvia e França. Impossível prever a ordem de classificação deste
grupo.
Pela campanha na primeira fase, a França leva vantagem. Além
disso, não teve seu principal astro em boa parte da competição. Ngapeth retorna
ao time para azeitar a máquina que foi comandada até aqui pelo oposto Stephen Boyer,
de 21 anos. Boyer é o maior pontuador do torneio, 18 pontos à frente do búlgaro
Sokolov. Tilie mexeu bastante na equipe durante as fases e o elenco manteve a
mesma pegada, como se as peças fossem as mesmas.
A Sérvia tem o reforço Atanasjevic. Não apenas por sua
capacidade ofensiva, mas pela importância de sua presença em quadra para
desafogar os demais atacantes, o oposto chega para colocar a atual campeã na
briga pelo bi. Tem ainda o ponteiro Ivovic – reforço do Taubaté para esta
temporada – e o levantador Jovovic como os principais nomes, e que podem fazer
a diferença num grupo tão equilibrado.
Correndo por fora, mas nunca descartado, os norte-americanos
trazem no levantador Christenson – talvez o melhor do mundo na atualidade – e no
ponteiro Sander os pontos de referência de um elenco também reformulado. Como
sempre acontece, início de ciclo olímpico é tempo de experiência para a equipe
americana, que quase não se classifica para as finais – bateu a Bélgica no set
average.
Substituindo a análise racional pela aposta sensitiva, o
Brasil sai em primeiro e o Canadá em segundo no grupo J e pegam, respectivamente,
Sérvia e França. E no sábado, Curitiba lota o estádio do Furacão para assistir
a Brasil e França. Aí, não me perguntem mais nada, porque a chance de acertar
tudo isso já é mínima, e se eu disser que o título pega o voo para Paris vão
ficar bravos comigo.
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