Este é o segundo de uma série de textos que compartilhamos para acompanhar a contagem regressiva até a estreia do voleibol brasileiro nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
O sistema de disputa do vôlei feminino nos Jogos Olímpicos de
Tóquio será igual ao do masculino e vem sendo utilizado na competição feminina desde
1996, quando passou a contar com 12 participantes. São dois grupos de seis
seleções em que todos jogam entre si dentro do próprio grupo.
O grupo A é composto por Japão (JPN), Sérvia (SRB), Brasil
(BRA), Coréia do Sul (KOR), República Dominicana (DOM) e Quênia (KEN). O grupo
B tem China (CHN), Estados Unidos (USA), Itália (ITA), Turquia (TUR), Argentina
(ARG) e Rússia (RUS). A delegação russa competirá independentemente sob a sigla
ROC (em inglês, Comitê Olímpico Russo), por causa do escândalo de doping que
suspendeu o país em todas as competições esportivas.
Os quatro primeiros de cada grupo avançam às quartas-de-final
e os confrontos serão contra os classificados do outro grupo. Destes jogos
eliminatórios, está certo que o 1º colocado de A enfrentará o 4º colocado de B
e o 1º de B pegará o 4º de A. Os outros dois confrontos serão definidos por
sorteio – ferramenta utilizada desde Pequim-2008 para evitar a “escolha” de
adversários por meio de jogos “arranjados” – sendo que o 2º de A pode pegar o
2º ou o 3º de B, e o 3º de A pode pegar o 2º ou o 3º de B.
Os vencedores das quartas brigarão por medalhas em duas
semifinais que definirão os finalistas e os que brigarão pela terceira
colocação, sendo que os que vencerem os confrontos de 1º x 4º só se encontrarão
na final ou na disputa do bronze.
A disputa pelas oito vagas nas quartas-de-final promete ser uma
das mais acirradas dos últimos tempos. O equilíbrio entre as principais forças
do voleibol feminino atualmente, a evolução de algumas seleções e a preparação
totalmente atípica provocada pela pandemia de Covid-19 tornam os Jogos de
Tóquio um dos mais difíceis de se fazer previsões. Podemos considerar que
Quênia e Argentina estejam num patamar inferior e dificilmente conseguirão
fazer frente às demais, no entanto, a disputa entre as outras poderá deixar de
fora equipes tradicionais e até favoritas a medalhas.
Não será surpresa, por exemplo, se Turquia ou República
Dominicana deixarem para trás seleções que não conseguiram treinar satisfatoriamente
e jogar o suficiente durante a pandemia que atingiu diferentemente cada um
desses países e que, inclusive, adiou a realização dos Jogos.
As 11 equipes – além do Japão, dono da casa e
pré-classificado – conseguiram o direito de participar dos Jogos em duas
etapas. Diferente de anos anteriores, aconteceram primeiramente seis torneios
intercontinentais com quatro seleções cada, dos quais apenas o primeiro
colocado de cada grupo garantiu vaga nos Jogos.
Desta primeira etapa, disputada em agosto de 2019,
classificaram-se Brasil, China, Rússia, Sérvia, Itália e Estados Unidos. Enquanto
China, Sérvia e Itália não tiveram muita dificuldade para se classificar, a
conquista da vaga, todavia, não foi nada fácil para Brasil, Rússia e Estados
Unidos, três tradicionais forças do voleibol feminino
Na Luisiana, as norte-americanas quase perderam a vaga para a
Bulgária num jogo que foi decidido no tiebreaker e teve as búlgaras liderando
por dois sets a um. A capitã Jordan Larson fez valer sua experiência e talento
para contribuir com 23 pontos e ser a principal pontuadora das
norte-americanas.
O Brasil precisou de cinco sets para bater o Azerbaijão no
dia anterior ao que entrou em quadra contra as dominicanas, na última rodada,
para decidir a vaga. Depois de ver o adversário empatar um jogo que caminhava
para 3 a 0, precisou do quinto set para carimbar a vaga para Tóquio, para
delírio dos mais de cinco mil torcedores que lotaram a Arena Sabiazinho, em
Uberlândia. O destaque desta partida foi a novata Lorenne, que marcou 24
pontos.
Em Kaliningrado, a Rússia quase perdeu para a Coréia do Sul
na última rodada. Em mais um jogo que foi para o quinto set, as russas
reverteram um placar de 2 a 0 e conseguiram a vaga. Uma eventual derrota
levaria as russas a tentar um lugar em Tóquio no mais difícil dos
classificatórios, o da Europa. O destaque desta partida foi a oposta
Goncharova, que fez 20 pontos.
As outras cinco classificadas vieram de torneios continentais
realizados no início de 2020, que qualificaram um da Ásia – Coréia do Sul –, um
da América do Sul – Argentina –, um do Norte, Caribe e Centro América –
República Dominicana –, um da África – Quênia – e um da Europa – Turquia.
Dentre as equipes que ficaram fora dos Jogos Olímpicos, vale destacar
Cuba – tricampeã olímpica e que desde 2008 não consegue se classificar, e
sequer disputou o Qualifying da Norceca, pois não estava ranqueada para tal – e
Holanda – quarta colocada na Rio-2016, que ficou apenas em terceiro no
Pré-Olímpico europeu.
Cacá, vc disse, a respeito da Rússia, que um "escândalo de doping suspendeu o país em todas as competições esportivas", então por que eles estão disputando a VNL sob a bandeira russa? E por que irão disputar as Olimpíadas sob o nome de Comitê Olímpico Russo? Não deveria ser um uniforme todo branco sem nenhuma mansão à Federação Russa?
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