Há anos o ranking da CBV limita o
número de estrangeiras. Até a temporada passada, cada clube podia ter apenas
uma em seu elenco. Nesta Superliga abriu-se a possibilidade de duas
contratações e a regra foi mantida para 2018. Tanto quanto as jogadoras brasileiras
de 7 pontos, teoricamente, as “gringas” deveriam pesar na formação de um time
que pretende brigar pelo título.
No entanto, a relação
custo-benefício não pareceu equilibrada na disputa que terminou no último final
de semana. As estrangeiras de Nestlé/Osasco e Rexona assistiram do banco a
maior parte da finalíssima de domingo. A ponteira Anne Buijs, quarta colocada nos
Jogos Olímpicos do Rio, perdeu a vaga para a jovem Drussyla ainda nas
semifinais e retornou no quarto set da final, quando Osasco já tinha 7 pontos
de vantagem. E ainda fez feio, isolando dois passes.
Tijana Malesevic, a atacante
sérvia medalhista olímpica de prata e titular absoluta do time paulista durante
toda a Superliga, foi parar na reserva logo no primeiro set. Sua compatriota
Bjelica ainda permaneceu quadra, mas não por muito tempo e viu Ana Paula
retomar a titularidade depois de vários meses. As três estrangeiras somaram
apenas 9 pontos a favor de suas equipes em 9 sets que estiveram em quadra. Sem
dúvida, muito pouco para o investimento que foi feito pelos melhores times do
Brasil.
Nas semifinais, a história não
foi muito diferente. Não fosse a atuação espetacular da norte-americana
Destinee Hooker pelo Camponesa/Minas, o vexame seria total. As remanescentes da
equipe vice-campeã de 2016 do Dentil/Praia, Daimi Ramirez e Alix Klineman foram
tão abaixo do esperado que acabaram dispensadas dias após a eliminação do time
mineiro. E para desalento da torcida do camponesa, Hokker já avisou que não
renovará o contrato.
Além destas, não se pode negar
que a dominicana Brenda Castillo não decepcionou e mostrou que é, juntamente
com Fabi, a melhor líbero em atividade no momento. O mesmo não se pode dizer de
sua colega Prisilla Rivera, que há anos não consegue se livrar de alguns quilos
a mais na bagagem e não conseguiu ajudar o Concilig Bauru a ir além das
quartas-de-final.
Ano passado, o Rexona já havia
sido campeão da Superliga com sua estrangeira na reserva. Na reta final, a
levantadora Roberta desbancou a norte-americana Courtney Thompson, deu o título
ao Rio de Janeiro e não largou mais a titularidade. Fica no ar a pergunta: vale
a pena a contratação de uma estrangeira ou os clubes brasileiros precisam saber
escolher melhor os atletas que vêm de fora?
* parte deste texto foi matéria do último Roda de Vôlei
Comentários
Postar um comentário