Pular para o conteúdo principal

E POR FALAR EM BRASIL X CHILE...

E POR FALAR EM BRASIL X CHILE...

ROSEMARY E O ROJÃO
                                                                                Lauret Godoy*

A cada quatro anos a mesma história: Copa do Mundo de Futebol e a esperança de um novo título para o Brasil. Vem à lembrança a bonita figura dos capitães do passado, com a taça brilhante levantada lá no alto e depois, o desfile dos jogadores, em carro aberto, pelas capitais do país.
Era um futebol de lindos passes, dribles miraculosos, pernas que corriam o campo inteiro, pé bem treinado, batendo forte na bola ensinada a encontrar o caminho do gol. Bons tempos aqueles! Cada jogador com sua mágica, procurando vencer, mas respeitando o adversário. Vez ou outra o tempo esquentava contra argentinos e uruguaios, nossos eternos rivais sul-americanos. Mas os chilenos eram amigos. Até vencemos uma Copa do Mundo em solo chileno! E foi aquela bruta festa! Mas faz tanto tempo... Isso aconteceu em 1962.
Com o passar dos anos as coisas mudaram. Em 1989 explodiu uma guerra envolvendo, justamente, Brasil e Chile. O mais forte de nervos venceria, porque chute e cabeçada não eram apenas na bola, mas, de preferência, no adversário.
Em um Maracanã lotado, no dia 3 de setembro o Brasil disputou uma vaga para a Copa de 1990. O time da casa jogando pelo empate, mas o desejo era mesmo de vencer os chilenos, de goleada, para comemorar na Avenida Atlântica e na Paulista.  Até o “bicho” dos jogadores ficou sofisticado. Americanizou-se. Em vez de ser pago em cruzados novos, moeda nacional vigente na época, seria em dólares.
No segundo tempo, o Brasil vencia por 1 x 0. Os chilenos estavam nervosos, à espera de uma oportunidade que, de repente, aconteceu. Foi apenas um gesto. Com o puxar do cordão de um sinalizador da Marinha, o céu iluminou-se no Maracanã. O clarão, a fumaça no gramado e Rojas, o goleiro chileno, foi ao chão, mãos segurando a cabeça e contorcendo-se. O jogo foi interrompido e a confusão generalizou-se. Os chilenos abandonaram o campo e a partida não terminou.
Indagada, Rosemary, a autora, disse que não sabia de nada, que foi sem querer. Com relação ao Chile, mais tarde a verdade veio à tona. Rojas confessou que estava com um plano preparado para anular a partida. Descoberta a fraude, ele foi banido do Futebol. E tudo isso por quê?      Por causa do rojão de Rosemary, que a levou para as páginas da revista Playboy, transformando a fogueteira em estrela temporária e apagando, por longo tempo, a estrela de Rojas.
Coisas do esporte... Que podem ser relembradas neste ano de 2014, em que o mundo vive as emoções de mais uma Copa do Mundo de Futebol.
E de outro confronto entre Brasil e Chile...


Lauret Godoy é pesquisadora e escritora. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Resposta ao texto "Eu não gosto de vôlei", em Blog do Menon

Caro, Menon, Em seu post de hoje, você despertou uma boa dose de ira dos apaixonados pelo vôlei. No papel de comentarista e técnico do esporte, acho-me no direito de entrar na discussão, não para atacá-lo – como alguns fizeram –, afinal defenderei sempre o direito à opinião e à expressão das preferências particulares, sejam elas quais forem. Mas ultimamente as pessoas têm se valido de justificativas apressadas para fundamentar seus desgostos. Pela pouca familiaridade com o objeto de desagrado, acabam sendo superficiais e equivocados. Vou me ater a pontos que considero pouco plausíveis em sua busca por tentar explicar porque não gosta de vôlei e me abster de comentar outros que se referem a opiniões e pontos de vista próprios. Primeiramente, o fato de o vôlei ter campeonato todo ano. A Liga Mundial é talvez o quarto torneio entre seleções em importância no calendário internacional, por isso é anual. Antes dela, há os Jogos Olímpicos, o Campeonato Mundial e a Copa do Mundo, ...

Coração e competência

Crédito foto: CBV A seleção brasileira de vôlei dispensou a calculadora e fez as duas melhores partidas do Grand Prix na última sexta-feira (21) e, principalmente, ontem (23). Enquanto muita gente fazia contas e duvidava da capacidade de jogadoras e comissão técnica, elas mostraram que ainda há lenha para queimar debaixo da brasa que sobrou sob as cinzas da Rio-2016. Duas condições interdependentes do vôlei serviram para impulsionar a equipe: quem não é bom em determinado fundamento precisa criar sua identidade em outro; e não dá para ser competitivo com um fundamento que esteja abaixo do aceitável. O sistema defensivo se aprimorou na defesa e o contra-ataque contou com uma dose reforçada de paciência e malícia, enquanto a recepção, que não é um primor, comportou-se dentro de um nível aceitável e não permitiu que o adversário se valesse de tal fragilidade. Com um rendimento invejável no bloqueio, as comandadas de José Roberto Guimarães se superaram contr...

O fator T

O fator T T de Tiffany, de transexual, de testosterona Apesar do recesso de fim de ano, a Superliga feminina de vôlei continuou nas manchetes. Nos dois últimos jogos, em que defendeu o Vôlei Bauru (SP) como titular, a oposta Tiffany, primeira transexual a disputar o torneio nacional, fez 55 pontos em nove sets. Nas mesmas rodadas, a oposta da seleção brasileira Tandara fez 24 pontos em sete sets defendendo o Vôlei Nestlé. Tiffany até 2015 disputava o campeonato holandês masculino. Após cirurgia para mudança de sexo, tratamento para redução da produção de testosterona e consequente liberação da Federação Internacional, disputou a reta final da Liga Italiana A2 pelo Golem Palmi no começo de 2017. Sua participação por lá gerou críticas e até ameaças de recursos na justiça comum pelos adversários. O programa Roda de Vôlei já havia levantado a questão da participação de Tiffany entre as mulheres num esporte em que a potência muscular predomina e decide. Apoiados na opinião d...